10 anos de Dia Solidário: caloiros da CATÓLICA-LISBON recolheram mais de 23 toneladas de alimentos

CATÓLICA-LISBON
Sexta, Setembro 5, 2025 - 17:30

O dia 29 de agosto marcou os 10 anos do Dia Solidário – Projeto Restolho, uma iniciativa pioneira no ensino superior português que alia voluntariado, sustentabilidade e integração académica. Nesta edição especial, mais de 300 novos estudantes de licenciatura participaram na colheita de batatas deixadas nos campos, os chamados restolhos, que, em vez de se perderem, foram doados a organizações sociais com o apoio da ENTRAJUDA e do Banco Alimentar Contra a Fome. 

Criada em 2015, a iniciativa nasceu da colaboração de três parceiros essenciais: Agromais, ENTRAJUDA e Banco Alimentar Contra a Fome. 

“O desperdício que fica no campo não resulta de excesso de produto que não se vende. É um desperdício técnico: são batatas que não cumprem requisitos para a indústria”, sublinha Jorge Neves, diretor da Agromais. “Sempre soubemos da sua existência. A questão era: como resolver? Sabíamos a origem — os agricultores — e o destino — os bancos alimentares. O que faltava era o elo central: voluntários para recolher. Máquinas não são opção, os custos seriam elevados. Encontrámos esse elo através da ENTRAJUDA, que mobiliza voluntários, e foi assim que, há 10 anos, a CATÓLICA-LISBON entrou nesta cadeia solidária.” 

A ENTRAJUDA, fundada por Isabel Jonet, Presidente também do Banco Alimentar Contra a Fome, foi uma das instituições sociais impulsionadoras da iniciativa, como explica Maria João, voluntária da ENTRAJUDA: “O nosso papel era mobilizar voluntários e servir de ponte entre o Banco Alimentar, que distribui os alimentos recolhidos, e a Agromais, que disponibiliza terrenos e culturas com excedentes. Uma das primeiras ações com universitários foi precisamente com a CATÓLICA-LISBON, neste Dia Solidário, e desde então o Restolho passou a integrar anualmente a receção dos novos alunos”. 

Para além da dimensão solidária e sustentável, o Dia Solidário cumpre também uma função pedagógica e de integração. Como explica Rita Coelho do Vale, Dean for Undergraduate Programs, “o primeiro objetivo é criar espírito de equipa. Os alunos chegam de escolas e países diferentes e, no dia seguinte ao Welcome Day, são organizados em grupos com nomes próprios, com o objetivo de recolher o maior número de batatas. Trabalham em conjunto, conhecem-se e cooperam”.  

A responsável sublinha ainda o impacto social da iniciativa: “Ao contrário das antigas praxes, o Dia Solidário permite atingir todos os objetivos de integração e, ao mesmo tempo, gerar impacto real. Todos os anos, os alunos recolhem entre duas a três toneladas de batatas, distribuídas pelo Banco Alimentar a instituições de solidariedade. Isso significa que, nessa mesma noite, muitas famílias conseguem ter alimento graças ao trabalho destes jovens. É uma experiência de solidariedade, mas também de sustentabilidade, porque resgatamos alimentos que seriam desperdiçados e damos-lhes um destino útil”. 

Este ano, a CATÓLICA-LISBON recebeu 304 novos alunos de 38 nacionalidades. Entre os países representados, destacam-se novas origens como a Argélia, além de uma presença reforçada de estudantes do Equador. “São alunos, em muitos casos, oriundos de escolas internacionais, que procuram uma educação de qualidade e com dimensão global. As nossas licenciaturas são lecionadas em inglês desde o primeiro momento, o que torna a escola especialmente atrativa”, acrescenta Rita Coelho do Vale. 

Entre os novos alunos está Nicolás, 19 anos, do Equador, que ingressou na licenciatura internacional em Administração de Empresas. 

“Pesquisei várias universidades, especialmente em Portugal, mas escolhi a CATÓLICA-LISBON pelos rankings internacionais, pelo programa e pela história da instituição. Acredito que é a melhor escolha para mim e para a minha carreira. O Dia Solidário é também uma oportunidade para conhecer pessoas de diferentes países, fazer amigos e criar contactos para o futuro”, afirma, acrescentando que ambiciona candidatar-se ao programa de Double Degree. 

Ao longo da última década, o Dia Solidário já permitiu recolher mais de 23 toneladas de batatas, transformando desperdício em apoio concreto para milhares de famílias.