Depois de uma quase estagnação no segundo trimestre, os economistas da Universidade Católica estimam que a economia portuguesa tenha recuado 0,5% no terceiro trimestre, com o turismo a ser incapaz de segurar o PIB nos meses de verão. A estimativa é da Católica.
Segundo a folha de conjuntura divulgada nesta quarta-feira, 12 de outubro, pelo NECEP, grupo de economistas da Universidade Católica, "a economia portuguesa poderá ter operado em torno de 101,5% do nível pré-pandemia, relativo ao quarto trimestre de 2019".
Apesar de dados "um pouco contraditórios", o NECEP diz que a "melhor estimativa" aponta para uma contração da economia portuguesa em cerca de 0,5% no segundo trimestre do ano, o que corresponde a um crescimento de 4% em termos homólogos - devido a efeitos base favoráveis (influenciados pela pandemia de covid-19).
"Na prática, a recuperação do turismo não terá sido suficiente para compensar as perdas de atividade em outros setores mais penalizados pela subida dos preços da energia e das matérias primas", afirmam os economistas da Universidade Católica.
Mas o NECEP admite que os dados e o intervalo de projeções apontam para cenários "igualmente válidos", como uma quase estagnação (com um crescimento de 0,1%), como prevê o Banco de Portugal, ou mesmo uma queda próxima de 1%.
Para o conjunto de 2022, a economia portuguesa mantém um "conjunto de fragilidades", mas beneficia do efeito da base anormalmente baixa de 2021, descreve o NECEP - e aponta para um crescimento económico de 6,1%. A inflação em Portugal poderá atingir 7,6% em 2022, "embora seja razoável esperar que possa descer para cerca de 6% em 2023".
Para o próximo ano, o NECEP aponta, no seu ponto central, para um crescimento da economia portuguesa de 0,5%. Mas os economistas da Católica têm um intervalo de previsão que admite uma contração de 1% e uma expansão de 2%.
As estimativas do NECEP são mais pessimistas do que as do Governo, inscritas no Orçamento do Estado para 2023 Na proposta orçamental espera-se um crescimento económico de 6,5% este ano e de 1,3% no próximo e uma inflação de 7,4% este ano e de 4% em 2023.