A realidade atrás do sucesso dos unicórnios é muitas vezes o conhecimento que a start-up tem dos seus clientes e saber melhor que ninguém as suas dores e como estas dores podem ser resolvidas (o chamado product/market fit).
Sendo assim e infelizmente, a primeira razão porque as start-ups falham é por terem produtos/serviços nos quais o mercado não está interessado[1]. Ou seja, é importante numa fase inicial (o First Mile[2]), dedicar tempo da equipa na validação dos pressupostos relacionados com os clientes potenciais, com entrevistas, questionários e mesmo com protótipos de maneira a validar ou ajustar algumas destes pressupostos ou possivelmente fazer um pivot[3].
Muitas vezes esta validação é um trabalho feito pela equipa ainda numa fase muito inicial onde não há vendas, nem estrutura formal para apoiar. Consequentemente, é muitas vezes sinónimo de um trabalho solitário, ingrato que facilmente está a ser posto de lado para a parte mais lúdica e interessante do desenvolvimento do produto/serviço em si. Assim, pouco a pouco, a validação fica para trás com pressupostos para os quais nunca mais vai haver tempo de confrontar com a realidade das entrevistas.
Não tem que ser assim! Acredito que a solução pode passar por juntar-se a um pré-acelerador que vai apoiar a jovem start-up nesta fase do Vale da Morte.
Como funciona um pré-acelerador? Já deve ter ouvido falar de incubadores de start-ups (Startup Lisboa, etc…) com um programa intensivo para financiar start-ups que já ultrapassarem a fase de ideação. Assim, para ser aceite numa destas incubadores e ter sucesso, é necessário muito trabalho de preparação e validação – é aí que entra um pré-acelerador como uma fase preparatória do incubador.
Um pré-acelerador está assente em três dimensões fundamentais:
Metodologia: Um pré-acelerador deve abranger validação de clientes, marketing, apresentação de investidores, desenvolvimento de produto, prototipagem e desenvolvimento de modelos de negócios.
Networking: Juntos somos todos mais fortes! Numa pré-aceleradora, a start-up vai estar em contato com o ecossistema e com outros empreendedores.
Mentoria: É essencial num pré-acelerador atrair mentores com experiência dentro do ecossistema.
É neste sentido, que o Center for Technological Innovation and Entrepreneurship da Católica Lisbon está a lançar a 2.ª edição do Forward, programa de pré-aceleração desenhado para apoiar start-ups que querem candidatar-se, com sucesso a incubadores do ecossistema nacional.
*CTIE- Center for Technological Innovation & Entrepreneurship
[1] Fonte: CB insights – 42% das startups falham para não ter mercado
[2] Livro “The First Mile” de Scott D. Anthony
[3] Pivot no mundo das start-ups significa mudar para uma nova estratégia
Pierre Gein, Diretor Executivo do CTIE