Well-being at the heart of retail: a trend and an investment

Observatory of Portuguese Society
Friday, July 22, 2022 - 11:00

Content in Portuguese

A diretora executiva do CORE – Center for Consumer Well-Being & Retail Innovation da Católica Lisbon School of Business & Economics, Maria Estarreja, aborda a importância do bem-estar dos consumidores e o que as empresas do setor do retalho têm vindo a fazer para o promover.

No estudo recente sobre o bem-estar, efetuado pelo CORE da CATÓLICA-LISBON em parceria com a Behavioral Insights Unit da mesma faculdade, recorrendo a dados recolhidos a 1000 participantes em novembro e dezembro de 2021, foram identificadas as dimensões prioritárias de bem-estar para o consumidor, tendo em consideração as suas oito vertentes, cujo equilíbrio é absolutamente fundamental para a qualidade de vida de cada um de nós. Para quase metade dos participantes (45,1%), a principal prioridade é o bem-estar emocional, sendo o bem-estar físico prioritário para um quinto deles (21,2%), seguindo-se o profissional, o intelectual, o social, o ambiental e, por fim, o espiritual. Mais de 40% da população inquirida está disponível para investir entre 10 a 30% do seu rendimento na melhoria do seu próprio bem-estar, estando cerca de um em cada 10 (12%) disponível para investir mais de metade do seu rendimento nessa mesma melhoria. Assim, este é um tema que tem demonstrado ser prioritário para os portugueses, dispostos a melhorar e investir na melhoria da sua qualidade de vida em todas as suas vertentes e dimensões.

Estando várias empresas do setor do retalho entre os maiores empregadores em Portugal, o cuidado com o bem-estar dos colaboradores tem-se tornado indispensável para as empresas que têm vindo a promover inúmeras iniciativas nesse sentido, e espera-se que ainda ganhe uma maior dimensão nos próximos anos. Diferentes iniciativas têm sido implementadas pelos principais grupos retalhistas, sem exceção, numa promoção da melhoria de bem-estar dos seus colaboradores em várias das suas vertentes, demonstrando de forma clara que a satisfação dos colaboradores está na linha da frente da gestão, preocupando-se com extremo cuidado com os recursos humanos nas organizações deste setor. No que diz respeito ao bem-estar emocional, várias têm sido as iniciativas das diferentes organizações no sentido de promover e facilitar consultas dos colaboradores para apoio psicológico, com um maior enfoque nestes anos de Covid, quer seja através de linhas de saúde diretas para colaboradores e família, quer seja através de assistentes sociais externos ou parcerias. Na vertente física, várias são as empresas que desenvolveram protocolos com ginásios ou unidades de reabilitação física, promovem aulas no local de trabalho, chegando algumas delas mesmo a desenvolverem infraestruturas internas. Das inúmeras iniciativas de apoio ao desenvolvimento do bem-estar dos seus colaboradores, é de destacar algumas, como o facto de vários dos grupos apostarem em programas sólidos de formação e de desenvolvimento dos seus, como é o exemplo da Jerónimo Martins, da Sonae, do grupo Os Mosqueteiros ou da Essilor, entre inúmeros outros; o facto de o Grupo Dia apostar no desenvolvimento de um robusto seguro de saúde para colaboradores e familiares, idêntico para todos os seus níveis hierárquicos; o apoio financeiro a fundo perdido que o IKEA possibilita a alguns dos seus colaboradores que enfrentem dificuldades económicas; os workshops de mindfulness e de felicidade promovidos pelo Sonae; ou os programas especiais de apoio aos que sofrem ou sofreram com doenças oncológicas, como é o caso da Jerónimo Martins.

No futuro próximo, e após estes anos de maior isolamento, acredito que os principais grupos de retalho vão incrementar este investimento no bem-estar dos seus colaboradores, potenciando a motivação, desenvolvimento e retenção de talento. No que diz respeito às diferentes dimensões ou vertentes, a social poderá vir a adquirir uma nova dimensão, permitindo às empresas deste setor a promoção de programas desenhados para as comunidades internas, de acordo com os seus gostos e interesses, promovendo simultaneamente também uma melhoria do bem-estar físico e emocional.     

Maria Estarreja, diretora executiva do CORE – Center for Consumer Well-Being & Retail Innovation da CATÓLICA-LISBON