O NECEP - Católica Lisbon Forecasting Lab - divulga hoje as suas previsões para a economia portuguesa. O confinamento das últimas semanas deverá ter motivado uma queda de 5% do PIB no primeiro trimestre de 2021 (ou de 7% face ao mesmo período do ano passado) bem como a subida da taxa de desemprego de 7.1% para 7.3%.

Essa queda do PIB, a confirmar-se, será a maior de sempre desde que há dados trimestrais e com a exceção do segundo trimestre do ano passado. Em todo o caso, essa queda é inferior ao esperado inicialmente como resultado do bom desempenho de setores como a indústria, a construção e alguns serviços.

Desta forma, o NECEP reviu em alta (+3 pontos percentuais) o cenário central de crescimento em 2021 que é agora de 1%. A economia portuguesa permanece num ambiente de elevada incerteza associada à evolução da pandemia, da administração de vacinas e das medidas de confinamento que poderão, eventualmente, vir a ser reforçadas ao longo do corrente ano. Por isso, não é de descartar a possibilidade de uma nova contração do PIB este ano após -7.6% em 2020 ou um cenário alternativo de crescimento no limiar dos 4%.

Na perspetiva do NECEP, o ambiente político, mediático e social é favorável a confinamentos severos caso se vislumbre uma deterioração significativa nos indicadores sanitários diários da pandemia, com o cenário central de crescimento fraco do PIB em 2021 a refletir o valor esperado desse efeito. A médio prazo mantêm-se as perspetivas de crescimento de 4.5% em 2022 e 3.5% em 2023, ano em que a economia portuguesa deverá regressar ao nível anterior à pandemia (2019).