O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres, em Portugal. Todos os anos, são detetados em média no nosso país cerca de sete mil novos casos de cancro da mama, 10% dos quais metastáticos, e cerca de 1.800 mulheres morrem com esta doença, segundo os números da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Foi precisamente na sequência de um diagnóstico de cancro da mama que nasceu a ideia de criar a Glooma, uma start-up sediada em Braga a que é dedicado o episódio de hoje do “Negócios com Impacto”, o podcast da Rádio Renascença em parceria com a CATÓLICA-LISBON.

Da junção da formação em Engenharia Biomédica pela Universidade Católica Portuguesa de Francisco Nogueira às skills adquiridas no curso de MSc em in Management com especialização em Estratégia, Empreendedorismo e Impacto da CATÓLICA-LISBON por Frederico Stock, começou a desenhar-se a criação da Glooma.

Um negócio cujo impacto social é dificilmente discutível e cuja génese remonta a 2019, ano em que, uma familiar próxima de Francisco Nogueira foi diagnosticada com cancro da mama. Nascia assim com a Glooma, um claro caso de vanguarda do desenvolvimento tecnológico, a SenseGlove

Trata-se de uma luva sensorial ligada a uma aplicação móvel, a qual permite o rastreio em casa e de forma muito prática do tecido mamário, com recurso a algoritmos para complementar o autoexame, possibilitando a deteção precoce de alterações potencialmente preocupantes”, explica Frederico Stock.

Foi, precisamente, depois de terminar o curso de engenharia biomédica, em março de 2020, que Francisco Nogueira se dedicou ao projeto de desenvolvimento desta solução tecnológica, juntamente com o amigo Frederico Stock. Atualmente, têm como objetivo chegar ao maior número de mulheres possível na deteção precoce do cancro da mama. Para tal, estão profundamente envolvidos na angariação de investimento para conseguirem levar a SenseGlove para o mercado, incluindo o mercado internacional.

Desde a sua criação, e enquanto a SenseGlove não entra no circuito da comercialização, a Glooma tem somado em prémios e donativos, tendo conseguido reunir perto de 120 mil euros. “Fechámos uma ronda de investimento no final do ano passado de quase meio milhão de euros da Portugal Ventures”, destaca. Do Banco Português de Fomento, entidade gestora do Fundo para a Inovação Social (FIS), obtiveram 333 mil euros e foram também distinguidos na categoria “Cuidador Inovador” dos Patient Innovation Awards.

O que nos move é, principalmente, o impacto do que estamos a construir, de cada vez que as pessoas vêm até nós, partilham as suas histórias, mostram interesse no que estamos a fazer e pedem-nos que consigamos levar a nossa solução o mais depressa possível para o mercado”, remata Frederico Stock.

Ouvir aqui