No passado mês de novembro, celebrou-se o Dia Internacional do Estudante, uma data histórica instituída em 1941 pelo Conselho Internacional de Estudantes, em homenagem aos jovens que resistiram à ocupação nazi na antiga Checoslováquia, que resultou na execução de nove estudantes e no envio de centenas de outros para campos de concentração, num ato brutal de repressão que simboliza a luta pela liberdade e pelos direitos dos estudantes.
Atualmente, o Dia Internacional do Estudante transcende a memória destes acontecimentos, celebrando a multiculturalidade e o papel dos estudantes na construção de um mundo mais solidário e interligado. Para assinalar esta data, conversámos com dois estudantes da CATÓLICA-LISBON, cujas experiências de internacionalização refletem a riqueza e o impacto da educação global.
Catarina Costa: o Japão como um laboratório cultural e académico
Catarina Costa, aluna portuguesa da licenciatura em Filosofia, Política e Economia – um programa pioneiro e interdisciplinar da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa em parceria com a CATÓLICA-LISBON –, está a estudar no Japão ao abrigo do programa Erasmus. Esta experiência tem proporcionado uma imersão cultural e académica única, que a desafia e enriquece diariamente.
No Japão, os valores culturais como o respeito pela hierarquia, a atenção ao detalhe e o forte sentido de comunidade desempenham um papel central no ambiente educativo. “Isto reflete-se claramente nas minhas aulas, onde há uma forte preocupação com o cumprimento de procedimentos, a manutenção de formalidades e o trabalho em grupo. Foi um ajuste para mim, mas começo a valorizar como estes valores culturais moldam o ambiente de aprendizagem e a forma como os alunos interagem entre si e com os professores”, partilha.
Apesar da barreira linguística, Catarina Costa considera que esta vivência tem contribuído para o seu desenvolvimento pessoal, tornando-a mais resiliente e aberta a diferentes perspetivas: “Acredito que estas experiências têm ajudado a tornar-me mais adaptável e a enfrentar novas situações com uma mentalidade aberta, algo que será certamente útil no futuro, em contextos globais ou interculturais”.
A escolha da aluna por destinos tão distintos como o Japão e o Uruguai - destino que a estudante escolheu para o 2º semestre do ano letivo -, reflete o seu desejo de explorar diferentes realidades culturais. " o multiculturalismo é mais do que apenas pessoas de diferentes origens a coexistirem no mesmo espaço. Trata-se de como essas diferenças influenciam a forma como interagimos e percebemos o mundo. Aprendi que é essencial manter uma mente aberta e ser adaptável quando estamos imersos numa nova cultura, especialmente quando tudo à nossa volta é desconhecido”.
Adham Jozilan: Lisboa como ponto de encontro de culturas e aprendizagem
Adham Jozilan, estudante do Mestrado em Gestão Internacional na CATÓLICA-LISBON e natural do Egipto, traz uma perspetiva única sobre a internacionalização da educação.
A sua experiência tem sido tanto uma descoberta académica quanto cultural.
“Em Lisboa, a progressão dos cursos parece mais rápida, com uma abordagem mais teórica e científica. No Egipto, a minha formação era mais prática. Vindo de uma universidade de topo no meu país, consigo identificar os pontos fortes de ambos os sistemas. Esta diversidade de métodos tem ampliado a minha perspetiva sobre a educação, tornando-a mais abrangente e enriquecedora”, partilha.
Adham Jozilan destaca ainda como a diversidade cultural em Lisboa tem sido um ponto forte na sua formação: “Cada pessoa aborda problemas e ideias de maneira ligeiramente diferente, e aprender com estas perspetivas variadas ajudou-me a crescer e a amadurecer. Viver numa cidade tão bela como Lisboa intensificou esta experiência positiva, incentivando uma visão mais aberta e otimista do mundo”.
Para o aluno, a internacionalização do ensino vai além do simples conceito de estudar no estrangeiro. "Somos parte de um mundo maior e interligado, e quanto mais interajo com pessoas de diferentes origens, mais percebo a importância de construir conexões interculturais. Estudar no estrangeiro mostrou-me que os estudantes têm uma oportunidade única – e talvez até uma responsabilidade – de construir pontes entre culturas. Estamos numa posição privilegiada para fomentar empatia e compreensão entre nações, algo que considero essencial para criar mudanças positivas. Estar numa comunidade diversificada lembrou-me que, apesar de virmos de lugares diferentes, partilhamos objetivos comuns e, juntos, podemos trazer novas ideias para enfrentar os desafios que o mundo enfrenta”, afirma.
As vivências de Catarina Costa e Adham Jozilan evidenciam como a internacionalização da educação transcende o simples ato de estudar no estrangeiro. Trata-se de um processo que promove o crescimento pessoal, académico e cultural, capacitando os estudantes a adotar uma visão global, a compreender a riqueza da diversidade cultural e a colaborar eficazmente em contextos multiculturais.
Estes testemunhos evidenciam o impacto transformador das experiências internacionais, preparando os estudantes para se tornarem agentes de mudança num mundo cada vez mais interligado. Através desta abordagem, a CATÓLICA-LISBON reafirma a sua missão de formar líderes globais, empáticos, flexíveis e preparados para enfrentar os desafios do futuro.