A equipa da CATÓLICA-LISBON, constituída pelos alunos Catarina Ganhão, Enzo Leblay, João Francisco Pinto e Laura Blázquez, do programa BSc Business Administration, representou Portugal na competição internacional CUBE (Corvinus Undergraduate Business Experience), que decorreu entre os dias 11 e 17 de abril, em Budapeste, na Hungria.

A competição, promovida pela Universidade Corvinus de Budapeste e pela organização estudantil Corvinus Case Track Community, reuniu 16 equipas de universidades de todo o mundo, para a resolução de casos empresariais reais num formato competitivo e colaborativo.

Ao longo de uma semana, os participantes enfrentaram desafios intensivos de análise estratégica, resolução de problemas e apresentação de soluções empresariais, avaliadas por um painel de jurados profissionais, composto por especialistas do setor e representantes das empresas envolvidas nos casos.

Além da vertente académica, o evento incluiu ainda workshops, atividades culturais e momentos de networking, proporcionando aos estudantes uma experiência completa de aprendizagem, intercâmbio internacional e imersão na cultura húngara e no ambiente vibrante da cidade de Budapeste.

Terminada a competição, falámos com os quatro representantes da CATÓLICA-LISBON para conhecer melhor a sua experiência, desde a preparação até aos momentos mais marcantes em Budapeste.

O que vos motivou a participar na CUBE 2025?

Estávamos todos motivados pelo facto de ser a nossa primeira participação numa competição internacional, especialmente numa que reunia equipas de todos os continentes. A oportunidade de conhecer novas pessoas, contactar com diferentes culturas e alargar os nossos horizontes foi extremamente apelativa. Além disso, vimos esta experiência como um passo valioso rumo aos nossos objetivos futuros – seja no mundo da consultoria ou na continuação dos estudos, através de um mestrado. Além disso, nenhum de nós tinha estado antes em Budapeste, por isso a possibilidade de explorar uma cidade nova tornou tudo ainda mais entusiasmante.

Prepararam-se de alguma forma para a competição?

Sim, preparámo-nos bastante antes da competição. O nosso colega William passou dias a ajudar-nos a melhorar as nossas competências de apresentação e comunicação, o que fez uma grande diferença. Também contámos com o apoio do professor Mário Morais, que nos deu feedback detalhado após cada apresentação, permitindo-nos melhorar rapidamente ao longo da competição. Para além disso, praticámos com casos de edições anteriores, o que nos ajudou a ganhar ritmo na resolução de problemas e a perceber melhor o que nos esperava.

Quais foram os momentos que mais vos marcaram durante a estadia em Budapeste?

Houve vários momentos marcantes durante a nossa estadia em Budapeste. Um deles foi quando o orientador da equipa de Beirute partilhou a sua filosofia sobre competições, lembrando-nos de manter a humildade na vitória e de nunca arranjar desculpas na derrota. Outro momento impactante veio do professor Mário Morais, que destacou a importância de nos apaixonarmos pelo processo, em vez de nos focarmos apenas no resultado. Ver as equipas mais experientes a apresentar foi extremamente inspirador. Acima de tudo, impressionou-nos a mentalidade partilhada por todos: estávamos ali para aprender. Ganhar era importante, mas o crescimento pessoal e o desenvolvimento estavam claramente no centro das prioridades da maioria das equipas.

Qual foi o maior desafio que enfrentaram na resolução dos casos?

A gestão do tempo foi, sem dúvida, o nosso maior desafio. Muitas vezes tínhamos de escolher rapidamente uma direção e não podíamos continuar a gerar ideias indefinidamente. Tornou-se essencial definir prazos rigorosos dentro das nossas sessões de trabalho. Os casos baseavam-se em problemas reais apresentados por três patrocinadores principais – HPE, Magyar e HYVA – e os representantes de cada empresa faziam parte do júri. Isso deu-nos a oportunidade rara de receber feedback direto de profissionais da indústria. Para cada caso, tínhamos de entregar uma apresentação em PowerPoint e um resumo executivo. Seguia-se uma apresentação oral de 10 a 15 minutos e mais 10 a 15 minutos de perguntas e respostas com o júri, durante os quais era essencial pensar rápido e responder com eficácia. Após cada caso, recebíamos feedback dos jurados, o que nos ajudava a identificar os nossos pontos fortes e os aspetos a melhorar.

Como foi trabalhar em equipa sob pressão e com prazos apertados?

Foi, sem dúvida, stressante em alguns momentos, mas aprendemos muito sobre nós próprios e sobre como funcionar de forma eficaz como equipa. Compreender e tirar partido dos pontos fortes e fracos de cada um ajudou-nos a aproveitar melhor o tempo que tínhamos. Também percebemos a importância de manter toda a equipa alinhada. Bastava uma pessoa estar fora do ritmo para desequilibrar o trabalho de todos. Como não tínhamos muita experiência prévia a trabalhar juntos, tivemos de perceber rapidamente como cada um lida com a pressão e ajustar a nossa dinâmica em função disso.

O que aprenderam com esta experiência – a nível académico, pessoal e profissional?

A nível académico, aplicámos muitos conceitos que aprendemos nas aulas diretamente nos casos. Disciplinas como Mastering Case Study Analysis, Estratégia, Empresas Familiares, Resolução Aplicada de Problemas e as aulas de Finanças foram especialmente úteis. Esta experiência ensinou-nos a improvisar e a aplicar os conhecimentos acumulados ao longo dos anos sob pressão, mesmo quando não tínhamos as apresentações totalmente preparadas.

A nível pessoal, ganhámos uma maior valorização da aprendizagem enquanto objetivo principal, em vez de nos focarmos apenas na vitória. Era evidente quem estava ali para crescer e melhorar, o que criou um ambiente muito solidário. Também aprendemos o valor de construir sistemas de trabalho e afiná-los após cada caso para sermos mais eficientes.

A nível profissional, melhorámos significativamente as nossas competências de apresentação em PowerPoint, pitching e comunicação em público. Passámos a estar mais atentos à nossa postura. Manter o contacto visual, apresentar-nos de forma formal, cumprimentar os jurados com um aperto de mão e responder às perguntas de forma ponderada e respeitosa foram aspetos que contribuíram muito para o nosso desenvolvimento profissional.