Mais um episódio de Negócios com Impacto, uma parceria entre a CATÓLICA-LISBON e a Rádio Renascença, para desta vez nos apresentar Miguel Alemão, fundador da Chulé, uma marca portuguesa que comercializa meias personalizadas, utilizando design original e práticas sustentáveis.

Miguel Alemão, alumnus da CATÓLICA-LISBON, considera que a disciplina de Marketing foi a que teve o maior impacto na sua vida profissional. Desde jovem, sempre aspirou a ter a sua própria empresa: “marcaram-me realmente as cadeiras de marketing da CATÓLICA-LISBON.” Miguel salienta a exigência e o ritmo acelerado da instituição, que criam um ambiente competitivo e favorecem o trabalho em equipa. “Fizemos vários trabalhos de grupo, com pessoas de diferentes nacionalidades e formas de pensar,” acrescenta.

A sua paixão no mundo dos negócios divide-se entre a restauração, Miguel é também dono do restaurante Conca, e a Chulé, uma marca de meias divertidas e diferenciadas.

A ideia da Chulé nasceu entre 2017 e 2018 em Madrid, numa conversa entre sócios “nós já tínhamos o bichinho para criar um negócio.  Falámos em t-shirts ou até em explorar uma pequena cafetaria” conta Miguel, mas havia algo que se evidenciava na altura entre os madrilenos: meias coloridas.  E foi com um investimento controlado e bem medido que se criou a oportunidade de trazer o conceito das meias coloridas para Portugal.

E assim foi, através de um roadmap de diferenciação, que Miguel Alemão e os seus dois sócios definiram que Portugalidade e Sustentabilidade iam ser os pilares desta marca de meias com padrões e cores alegres. “Tivemos alguns critérios na escolha (…) pelas quantidades mínimas que as fábricas produzem, pelos preços, pelo tipo de materiais usam, pelos fornecedores e origem dos fios”. Demoraram cerca de 6 meses a encontrar o parceiro certo. O alumnus refere ainda que a proximidade com a fábrica também define qualidade: “tentávamos ir à fábrica, acompanhar a produção e garantir que estava tudo a sair como nós pretendíamos”.

Os primeiros pares de meias da marca foram lançadas no final do ano de 2019 e, mesmo atravessando como todas as outras empresas, uma fase sem precedentes com o COVID-19, Miguel relembra que “tivemos um sinal bastante positivo, na altura do Natal, quando percebemos que o nosso negócio é extremamente sazonal. 80% das vendas fazem-se em dois meses do ano, novembro e dezembro”.

Em 2021, os fundadores da Chulé dedicaram-se integralmente ao negócio, à medida que a empresa exigia mais tempo e atenção. Atualmente, a Chulé conta com mais de 50 lojas em todo o país. Em 2021, a empresa focou-se na expansão nacional, com um aumento no interesse de lojas de retail e de souvenirs em vender estas divertidas meias.

Em 2022, adquiriram uma marca de meias focada em futebol, o que facilitou o acesso ao mundo do futebol e possibilitou parcerias com a Federação Portuguesa de Futebol e os três maiores clubes do país. Essas colaborações, iniciadas em 2023 com os clubes e em 2024 com a Federação, têm sido fundamentais para o crescimento da marca.

Além do crescimento comercial, a Chulé integra um compromisso com a sustentabilidade. A produção é realizada em locais próximos a Lisboa para minimizar o impacto ambiental. A marca participa em iniciativas solidárias, como a doação de um euro por cada pack de meias vendido para plantar uma árvore e apoiar a instituição Soma. Em 2023, a Chulé doou mais de 1% de suas receitas para causas ambientais e sociais, alinhando-se com a iniciativa global 1% for the Planet.

Embora a Chulé tenha começado com produtos que destacam a Portugalidade, o maior desafio atual é expandir a marca internacionalmente. “já tivemos encomendas desde a Austrália, Japão, Estados Unidos, Canadá” afirma Miguel. Estão ainda a trabalhar no desenvolvimento de parcerias com filmes e séries populares, cujos detalhes preferem manter em segredo por enquanto. Sempre a criar coleções que, embora ligadas a Portugal, têm apelo internacional, Miguel comenta que “o nosso objetivo é crescer no estrangeiro, mantendo a nossa identidade portuguesa”.

Chulé, um nome inicialmente considerado controverso, é hoje um negócio com impacto pois “desde a sua conceção que se focou muito na sustentabilidade e em trazer impacto para a sociedade de forma ambiental e social e claro, através dos seus desenhos pois ninguém fica indiferente a umas meias divertidas”, finaliza Miguel Alemão que conclui deixando um conselho para quem está em fase de criação de um novo negócio: ter paixão pelo que faz e resiliência porque nem todos os dias são fáceis na vida de um empreendedor.

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