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Estudo da Sociedade Portuguesa (novembro 2018)

Estudo da Sociedade Portuguesa - Confiança no Governo, em instituições e serviços públicos, ideologia política e intenção de voto em Portugal (Novembro 2018)

O Observatório da Sociedade Portuguesa da CATÓLICA-LISBON realizou em novembro de 2018 o seu último estudo de modo a caracterizar os fatores que influenciam a vida das pessoas que pertencem à Sociedade Portuguesa.

Neste estudo, ao qual responderam 968 participantes, aferiu-se o grau de confiança política e confiança no governo, confiança em instituições, avaliação de serviços públicos, ideologia política e intenção de voto, mudança de hábitos de consumo e hábitos de poupança, confiança económica, rendimento e poupança, e indicadores gerais de felicidade e satisfação com a vida nos membros da sociedade Portuguesa.

No presente estudo, o nível de satisfação com a forma como Portugal é governado é moderado-baixo (M = 4.81; DP = 2.01) e diminuiu 4.6% de novembro de 2017 a novembro de 2018. O nível de otimismo quanto à forma como Portugal é governado melhorar nos próximos 10 anos é moderado (M = 4.97; DP = 2.10) e diminuiu 7.3% de novembro de 2017 a novembro de 2018.

Comparando os resultados obtidos entre março de 2016 e novembro de 2018, apesar do valor médio de satisfação com questões relacionadas com fenómenos naturais (por exemplo, chuvas intensas, ventos fortes, temperaturas muito elevadas ou muito baixas) ter sofrido um decréscimo acentuado de 23.9% entre março de 2016 e novembro de 2017 (M = 4.98, DP = 1.97 em 2016 para M = 3.79, DP = 2.03 em 2017), o nível de satisfação com esta área voltou a crescer 18.0% entre novembro de 2017 e novembro de 2018 (M = 3.79, DP = 2.03 em 2017 e M = 4.48, DP = 2.07 em 2018). Por outro lado, o valor médio de satisfação com a manutenção de infraestruturas (por exemplo, ruas, pontes, hospitais ou escolas) teve um aumento de apenas 5.0% entre março de 2016 e novembro de 2017 (M = 4.48, DP = 1.99 em 2016 para M = 4.70, DP = 1.94 em 2017) mas diminuiu 13.5% entre novembro de 2017 e novembro de 2018 (M = 4.70, DP = 1.94 em 2017 para M = 4.07, DP = 2.00 em 2018). É de notar que os indicadores aferidos em novembro de 2017 foram reportados após uma época de temperaturas elevadas e de incêndios em Portugal enquanto que os valores aferidos em novembro de 2018 sucedem um período em que algumas infraestruturas em Portugal foram afetadas/ danificadas.

A instituição da sociedade Portuguesa na qual os participantes mais confiam é a Presidência da República (M = 6.32; DP = 2.30). Após o súbito crescimento de 46.1% do valor médio de confiança na Presidência da República verificado entre março de 2016 e novembro de 2017, este valor continua muito elevado em novembro de 2018. Porém, observa-se uma diminuição de 4.9% entre novembro de 2017 e novembro de 2018 (M = 6.64, DP = 2.23 em 2017 para M = 6.32, DP = 2.30 em 2018). Portanto, entre o período de tomada de posse do atual Presidente da República Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa e o período atual, o nível de confiança expressada pelos Portugueses em relação a esta instituição é bastante superior ao reportado em período anterior.

No que concerne a posição ideológica, 37.1% dos participantes reportam ter uma posição mais à esquerda, 33.9% reportam uma posição central, e 29.0% situam-se mais à direita. Quanto à avaliação da posição de um conjunto de partidos políticos na escala esquerda-direita, em média, os participantes colocam os partidos PSD (M = 7.12; DP = 2.21), CDS-PP (M = 6.77; DP = 2.63), e Aliança (M = 5.65; DP = 2.24) numa posição mais à direita, e situam os partidos BE (M = 1.73; DP = 1.87), PCP (M = 2.16; DP = 2.37), PEV (M = 3.14; DP = 2.03), PAN (M = 3.60; DP = 2.02), e PS (M = 4.31; DP = 2.35) numa posição mais à esquerda. Adicionalmente, 40.3% dos participantes não têm qualquer simpatia/ preferência por um partido político, 47.5% referem que têm alguma simpatia/ preferência, e apenas 12.2% têm forte simpatia/ preferência por um partido específico.

Relativamente à intenção de voto nas eleições de 2019, 55.0% dos participantes tem a certeza de que irá votar na eleição dos deputados ao parlamento europeu em maio de 2019, 10.6% não irá votar, e 34.4% não sabe se irá votar. Ainda, 69.8% dos participantes tem a certeza de que irá votar na eleição para a assembleia da República (eleições legislativas) em setembro/outubro de 2019, 8.0% não irá votar, e 22.2% não sabe se irá votar. Quanto à perceção de voto nacional na eleição para a assembleia da república em 2019, considerando a média da percentagem de votos esperada para cada partido, os resultados destacam o PS (M = 31.50; DP = 12.97) e o PSD (M = 26.63; DP = 12.08) com maior média esperada de percentagem de votos.

Os resultados relativos a hábitos de consumo e de poupança indicam que, em geral, os participantes possuem muito interesse em poupar e, em geral, não mudaram os seus hábitos de consumo comparativamente a 2017. A nível de confiança económica, observou-se uma maior proporção de participantes a avaliar as condições económicas atuais de Portugal como fracas ou muito fracas que a avaliar como boas ou excelentes. No mesmo sentido, verificou-se uma ligeira maior proporção de participantes que percecionam que as condições económicas em Portugal vão piorar, em comparação com a proporção dos que acham que vão melhorar. Em geral, os participantes têm uma visão mais negativa que positiva das condições económicas de Portugal, em particular quanto às condições económicas atuais de Portugal.

No que concerne os indicadores gerais de felicidade e satisfação com a vida, medidos transversalmente entre outubro de 2015 e novembro de 2018, os resultados indicam níveis positivos e satisfatórios de felicidade global e satisfação com a vida nos membros da sociedade Portuguesa. No entanto, destaca-se uma estagnação na evolução destes indicadores.

Este é um contributo da CATÓLICA-LISBON à sociedade civil e académica.

Os resultados do estudo podem ser consultados em detalhe em baixo:

Relatório Agregado

 

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