Economistas da Católica estimam que economia portuguesa terá crescido 6,5% em 2022, abaixo da previsão do Governo. Pste ano esperam um "desempenho frágil" com um avanço ligeiro do PIB de 0,5%.
Os economistas da Católica estimam que a economia portuguesa terá crescido 6,5% em 2022, abaixo da previsão do Governo, e para este ano esperam um “desempenho frágil” com um avanço ligeiro do PIB de 0,5%.
De acordo com o NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab, no conjunto do ano de 2022, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter sido de 6,5%, isto “embora o Governo tenha anunciado um crescimento de 6,8%”.
Para os economistas da Católica, para os 6,8% se confirmarem teria sido preciso “um crescimento de 0,4% no último trimestre” de 2022 (valor em cadeia). Para o NECEP, no último trimestre de 2022, a “melhor estimativa” é de um crescimento de 2,4% face ao mesmo trimestre de 2021 e contração de 0,5% face ao trimestre anterior.
Quanto ao PIB português em 2023, as estimativas são que possa variar entre contração de 1% até crescimento de 2%, sendo o cenário central de 0,5%. Para os economistas da Católica, o investimento terá “dinâmica fraca” e há que estar atento aos fatores de evolução da inflação e das taxas de juro, bem como aos limites do crescimento do turismo.
O consumo privado “poderá ressentir-se em função da redução real do rendimento disponível”, ainda que possa “ser parcialmente mitigado pela redução da poupança”, estimam.
O comportamento previsto para a economia da zona euro é semelhante ao de Portugal, com cenário central de expansão de 0,7% do PIB, sendo o intervalo previsto entre contração de 0,6% e expansão de 2%.
Quanto ao saldo estrutural, os economistas da Católica preveem que, este ano, poderá melhorar cerca de um ponto percentual (face a 2022), sendo este “fruto da redução do rendimento disponível dos pensionistas em termos reais”, a qual consideram a “principal medida de ajustamento orçamental de 2023”.
O peso da dívida no PIB deverá diminuir devido à melhoria do saldo primário e à inflação. Contudo, acrescentam, a “subida das taxas de juro poderá acarretar riscos adicionais para o défice nominal e para a sustentabilidade da dívida a longo prazo”. A inflação deverá descer para 6% em 2023, depois dos 7,8% em 2022.
Já a zona euro deverá ter crescido 3,4% em 2022. No último trimestre a perspetiva é que a zona euro tenha crescido 0,1% em cadeia, o que consideram “surpreendente já que, até há pouco tempo, parecia inevitável uma ligeira contração”.
Quanto à política monetária da zona euro, estimam que ao longo dos próximos meses o Banco Central Europeu (BCE) deverá ainda subir as taxas de juro de referência.