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Ouvi este podcast esta semana (baseado num artigo da HBR de Aiyesha Dey, professora da Harvard Business School) e fiquei impressionado com algumas das descobertas da investigação. O objetivo básico do estudo era tentar descobrir se a maioria dos Conselhos de Administração, ao contratar um CEO, se preocupam em escrutinar os seus "indicadores off-the-job”. A investigadora analisou os antecedentes criminais dos executivos (desde multas por excesso de velocidade até assédio sexual), analisou o custo das suas casas e dos automóveis para compreender a sua ambição pela materialidade e concluiu que os conselhos de administração e outros organismos de contratação devem prestar mais atenção ao comportamento pessoal "fora do trabalho" na escolha dos líderes organizacionais.

Certamente que deveriam, eis uma das conclusões mais básicas do estudo: as empresas que estiveram envolvidas em atividades fraudulentas, têm CEOs com um número significativo de multas por excesso de velocidade. Tão simples como isto. O argumento psicológico: se não se respeitam as pequenas regras, é mais provável que se infrinjam as grandes...

Tudo isto se resume à noção de Liderança Responsável. Se se ambiciona que uma empresa seja reconhecida como um Responsible Business, tudo começa com a contratação do CEO: que processos segue um investidor para recrutar? Quais são os traços de carácter que procuram? Prestam apenas atenção (ou quase exclusivamente…) ao seu desempenho anterior em termos de retorno para os acionistas ou querem realmente compreender o quão bom ele/ela foi anteriormente na gestão dos stakeholders? Conseguiu os resultados devido a ações de curto prazo ou esteve nas funções anteriores o tempo suficiente para alcançar um desempenho financeiro robusto a longo prazo baseado no respeito pelas Pessoas e Planeta?