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Longe vai o tempo em que a formação executiva se restringia ao desenvolvimento de competências técnicas ou comportamentais.
A educação, em todas as suas formas, é um dos pilares fundamentais do progresso humano. Nos dias de hoje, tanto o ensino superior quanto a formação executiva desempenham um papel crucial não apenas no desenvolvimento de competências, mas também na construção de um futuro mais consciente, sustentável e equitativo. Essa transformação reflete-se nas crescentes expectativas de empresas e sociedades, que veem a educação como uma ferramenta estratégica para enfrentar desafios globais e locais.
Longe vai o tempo em que a formação executiva se restringia ao desenvolvimento de competências técnicas ou comportamentais. Atualmente, ela é entendida como uma extensão da estratégia corporativa, oferecendo soluções práticas e personalizadas para alcançar os objetivos de negócio. Creio que há três dimensões que têm moldado essa nova abordagem e que, estou convencido, serão ainda mais reforçadas no futuro próximo:
Em primeiro lugar o desafio da Integração Estratégica. A formação deve estar alinhada à realidade e às metas específicas das organizações e isso exige uma abordagem consultiva por parte das escolas de negócios, garantindo que os programas sejam desenhados com base em diagnósticos aprofundados. Quando bem integrados, esses programas não só endereçam lacunas de competências, mas também fortalecem a execução das estratégias corporativas. O resultado é uma sinergia entre a aprendizagem e os objetivos de negócio, com impacto direto na competitividade e inovação.
Demonstrar resultados claros e mensuráveis tornou-se indispensável e daí que o tema da Medição de Impacto seja cada vez mais uma necessidade. A definição de indicadores de desempenho (KPIs) não é apenas uma prática administrativa, mas uma ferramenta essencial para justificar investimentos em formação. Relatórios que avaliem melhorias operacionais, culturais ou financeiras transformam a formação em um ativo tangível e, além disso, ao quantificar o impacto, as organizações conseguem ajustar e refinar os seus programas para maximizar os benefícios.
Finalmente o tema do Envolvimento dos Colaboradores. O sucesso de qualquer programa depende da motivação e do envolvimento dos participantes, criar experiências de aprendizagem memoráveis é mais do que um diferencial, é atualmente uma necessidade. Estratégias eficazes de mobilização, como atividades prévias que contextualizem os objetivos, interações dinâmicas durante os programas e o acompanhamento após a conclusão, aumentam significativamente a retenção e a aplicação do conhecimento. Essa abordagem também fortalece o” sense of belonging” e compromisso dos colaboradores com a organização.
Investir em educação é investir no futuro e cabe às Escolas de Negócios liderar este movimento. As três dimensões discutidas oferecem vantagens claras e indispensáveis para o futuro das organizações. A Integração Estratégica permite que a formação executiva não apenas acompanhe as metas corporativas, mas também amplifique os resultados esperados. A Medição de Impacto traz clareza e accountability, transformando a formação numa decisão estratégica, enquanto o Envolvimento dos Colaboradores garante que o conhecimento adquirido seja aplicado de maneira eficaz e comprometida. Juntas, essas componentes reforçam a capacidade das organizações de inovar, adaptar-se e prosperar num mundo em constante transformação.
Nuno Moreira da Cruz, Dean for Executive Education da CATÓLICA-LISBON